Saerp deve iniciar corte de água dos inadimplentes

Esgotados os prazos de negociação e já tendo emitido os comunicados desde fevereiro, a Superintendência de Água e Esgotos (Saerp) informa que terá de adotar medida mais extrema na tentativa de receber as contas em atraso, e a partir de abril passará a suspender o fornecimento de água dos inadimplentes.

Só no ano passado os contribuintes deixaram de pagar cerca de R$ 2 milhões à autarquia e o volume acumulado nos três últimos anos ultrapassa os R$ 4 milhões.

Conforme destaca a Saerp, a suspensão do fornecimento é amparada por lei federal e pelo decreto municipal 4.805/2014 – segundo o qual a interrupção atingirá consumidores inscritos ou não em dívida ativa que deixarem de saldar o débito em até 30 (trinta) dias após o vencimento da fatura ou do parcelamento.

A Saerp informa ainda que após o corte, se houver o pagamento do débito, a volta do fornecimento demora no mínimo 24 horas, além disso há cobrança de taxa no valor de R$ 40,00 para religar o sistema.

Outras informações podem ser solicitadas diretamente no escritório da Saerp – Avenida Independência, 441 – Centro; ou pelo telefone 3682-7833.

População deve mais de R$ 4 milhões à Saerp

Valor corresponde ao volume acumulado nos últimos três anos

Contribuintes de São José do Rio Pardo deixaram de pagar no ano passado quase R$ 2 milhões à Superintendência de Água e Esgotos (Saerp) mas o volume acumulado nos três últimos anos, de acordo com dados divulgados pelo setor de contabilidade da autarquia, ultrapassa os R$ 4 milhões.

“Este valor pode sofrer diminuição devido a algumas contestações de contas mas a inadimplência dos contribuintes existe e não é pequena”, avalia José Maria Farani Serrao, diretor da autarquia.

Os números apontam que, em 2014, a inadimplência foi de R$ 832.101,73; já em 2015 saltou para R$ 1.351.916,76 e no ano passado chegou a R$ 1.998.060,13 – valores corrigidos, com a aplicação de juros e multas sobre o atraso nos pagamentos.

Fazendo falta

O diretor da Saerp observa que o sistema requer muitos investimentos mas a falta de pagamento das contas impossibilita os projetos de reforma na rede, construção de reservatórios e a consequente melhoria na qualidade do abastecimento.

Ele cita como exemplo a necessidade de investir na construção de um novo reservatório na Estação de Tratamento de Água do bairro João de Souza, unidade responsável pelo abastecimento na região da Vila Formosa, João de Souza, São Domingos, Alto da Bela Vista, Jardim São Roque, Bonsucesso, Condomínio Mantovani, Santa Luzia, Jardim São José e imediações da Nestlé.

“Ali, para melhorar o abastecimento, é necessário instalar novos decantadores e também um novo reservatório. E há os serviços de manutenção como limpeza de tanques, substituição de bombas e tubulações, pagamento de energia elétrica, aquisição de produtos. Precisamos de recursos para melhorar a qualidade da captação e do fornecimento mas isto fica mais difícil se as pessoas não pagarem suas contas”, argumenta o diretor da autarquia.

A quantia devida pelos munícipes, conforme explica, poderia contribuir nos investimentos que o sistema requer.

“A gente sabe que a população tem questionado o valor da tarifa, existe boa vontade da administração em buscar solução que seja benéfica à população mas o município precisa dos recursos. Se as pessoas deixam de pagar, dificulta todo o processo de melhoria”, completa.

Saerp e empreiteira discutem obras do esgoto

A Superintendência de Água e Esgoto de São José do Rio Pardo (Saerp) deverá pedir readequações no Projeto Global de Saneamento, obra que encontra-se em fase de execução no município desde 2010, sem previsão para término.

Mantido com recursos do Governo Federal, o projeto contempla a instalação do sistema de esgoto da cidade com a construção de estações elevatórias, linhas distribuição, emissários, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), entre outros serviços.

Segundo José Maria Farani Serrao, a obra está sem projeto executivo, o que dificulta prever o que já foi realizado e o que há por fazer. Conforme disse, há bastante obra iniciada e não terminada, e não existe um cronograma que esclareça sobre o que ainda falta.

“Estamos pedindo à construtora mais informações para o acompanhamento da obra. Precisamos saber quais os investimentos que ainda são necessários e a partir daí sugerir adequações para corrigir eventuais problemas”.

A Sanevix, que toca a obra atualmente, deverá prestar as informações solicitadas pelo município.

“Conversamos com algumas pessoas e há relatos de que em alguns trechos existem desníveis entre a rede de esgoto existente e a nova tubulação, e mesmo entre redes que já foram construídas. Sabemos que não foi esta empresa que iniciou a obra mas se de fato houver estes problemas o sistema nunca será interligado, não atenderá o objetivo para o qual foi proposto”, comentou o diretor da Saerp.