Recuperar a pavimentação de ruas e avenidas em São José do Rio Pardo não é missão simples e exige uma quantidade bastante significativa de recursos que, por enquanto, em curto e médio prazo o município não dispõe. Além disso, após a execução, é necessária a constante manutenção.
Levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços, em análise do pavimento asfáltico, concluiu que na maioria dos locais já se chegou ao limite de vida útil, por isso, surgem defeitos que nem mesmo o tapa-buracos resolve. Esse levantamento ainda aponta que o município gastaria quase um orçamento anual para recuperar ruas e avenidas.
O estudo orçamentário foi realizado por ocasião da elaboração do Plano de Mobilidade Urbana. Nele estão inclusos a região central, o Distrito Industrial e mais 49 bairros, abrangendo desde os conjuntos habitacionais públicos até os empreendimentos construídos pela iniciativa privada.
“O levantamento considerou apenas reassentamento do paralelepípedo para nivelamento das ruas e aplicação de cobertura asfáltica sobre ruas já pavimentadas, não incluindo obras de drenagem, melhoramento de galerias de águas e eventual substituição de rede de abastecimento, o que certamente eleva ainda mais o valor do investimento necessário”, explica o secretário de Obras e Serviços, Áureo Viana Júnior (Nino).
Herança
A recuperação do pavimento de ruas e avenidas passa pela discussão quanto à necessidade de fiscalização mais austera na construção de loteamentos e condomínios, para que sejam entregues com uma infraestrutura de qualidade.
“Alguns loteadores vendem terrenos a preços exorbitantes e entregam as ruas com uma insignificante cobertura de asfalto. Meses depois o contribuinte começa a reclamar para a Prefeitura sobre buracos nas ruas. É uma herança que não queremos mais e por conta disso estamos ampliando a fiscalização acerca dos loteamentos e condomínios que estão em construção no município”.
Estado crítico
O levantamento realizado pela Secretaria de Obras inclui a necessidade de reassentar paralelepípedos – pavimento que, por questões de preservação do patrimônio histórico e arquitetônico, existe em maior quantidade na região central da cidade.
A execução do serviço na área mencionada exigiria mais de R$ 11 milhões em investimentos, além de outros R$ 2,5 milhões para recapeamento asfáltico em algumas ruas.
Por toda a cidade, as vias estão em estado crítico. Na região do Vale do Redentor – o que inclui o Natal Merli – os dados apontam que para a recuperação das ruas com recapeamento são necessários R$ 10 milhões, sem contar os condomínios Rio Pardo, São José e Dionísio Guedes, nos quais precisam ser investidos mais R$ 4 milhões.
Para recapear os bairros Eduardo e Carlos Cassucci são necessários R$ 6 milhões, enquanto que Vila Pereira, Santa Tereza e São Roque exigem investimentos na ordem de R$ 7 milhões. Já Vila Verde e Colinas São José, outros R$ 7,6 milhões.
Ao todo, só nos serviços de reassentamento de paralelepípedos, os dados da Secretaria de Obras apontam a necessidade de R$ 20,2 milhões. E para as obras de recapeamento, R$ 98,3 milhões, o que totaliza mais de R$ 118 milhões em obras para melhorar ruas e avenidas. Os valores se referem aos serviços básicos (imprimação, massa asfáltica e transporte da massa).
“Isto é fruto de um crescimento desordenado. É uma conta que só tende a aumentar. Se não obtivermos recursos na esfera federal, lamentavelmente teremos muitos anos pela frente apenas tapando buracos sem de fato resolver o problema da pavimentação de nossas ruas”, destaca o prefeito.